Quarta-feira, 30 de Maio de 2012
Luis XIV e a crise atual

Consta das crónicas do reinado deste rei de França que, para aquietar muitos nobres irrequietos e portanto incómodos para a governação, teve a ideia de ir exigindo, de forma crescente a todos ao que pretendiam participar da corte, padrões de vestimenta e de arranjo dos seus palácios muito dispendiosos.


E para “facilitar” este aumento de qualidade de vida fornecia-lhes abundantes créditos.


Desta forma explorando a vaidade e a ganância destes cortesãos rapidamente os controlou pois a alternativa à obediência seria a bancarrota.


Ora nestes últimos trinta anos, mais ano menos ano, a finança internacional (a que se dá o nome de mercados), que ao contrário de Luís XIV ninguém sabe muito bem quem é, aproveitou a vaidade e a ganância de vários governantes e de muitos cidadãos que a troco de fartos e fáceis créditos endividaram os seus países, eles próprios (os governantes) nem por isso, ficando aqueles assim sem independência e à beira da bancarrota.


A História conta também que, dois luíses mais tarde, houve em França uma revolução bastante violenta que alterou drasticamente esta situação e este sistema de poder.


E nós, agora, como iremos resolver esta situação de crise?


1º-Cada um por si eliminar o domínio daqueles que têm a ganância e a vaidade como norma de vida e passar a viver com eficiência e austeridade, não gastando o que se não tem e só aceitando crédito para investimento produtivo e sustentado, é claro depois de saldar as dívidas.


2º-A exemplo da destruição da Bastilha, símbolo da revolução francesa, destruir os mercados, não pela via do camartelo, mas da adoção de sistemas financeiros corretamente regulados e independentes dos especuladores, natural e realisticamente como europeus, pois só como portugueses pouco ou nada poderemos conseguir.


Capital? Sim como meio essencial para produzir e contribuir para a riqueza global e não para apenas muito poucos especuladores enriquecerem.


É chegada a hora dos políticos se redimirem dos erros e desvios ocorridos e realizarem as mudanças estruturais que é de facto urgente pôr em prática para evitar males maiores.


Publicado no DN em 30 de Maio de 2012



publicado por JoseViana às 11:24
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Quinta-feira, 24 de Maio de 2012
Recordando um texto de 1996

Tendo reencontrado este documento no meu arquivo julgo ser oportuno partilhá-lo com os leitores deste blog, pois sempre pode contribuir para melhor se compreender as origens desta crise atual: 

 

 

Nos passados dias 3 e 4 de Maio realizaram-se, em Tomar, as 1ªs jornadas nacionais sobre o estado do turismo nacional organizadas pelo Fórum do Turismo Português.

 

Dadas as características da actividade turística e o leque muito alargado das pessoas que participaram nos trabalhos, qualquer síntese das conclusões terá sempre que ser muito influenciada pela especialização de quem a faz, dificuldade esta agravada pelo facto de ainda não haver estabelecido um quadro coerente e completo de indicadores, que permitam, a par e passo, ter uma noção quanto possível rigorosa do estado desta actividade em Portugal.

 

Evidentemente que não é apenas nesta actividade que se verificam estas dificuldades estatísticas, que já tem origens remotas no tempo e profundas na administração pública portuguesa, mas que se agravam como consequência da grande abrangência do turismo português e dos vários equívocos que existem no que se refere à sua gestão.

 

Quando se pretende analisar o estado actual de qualquer actividade há que definir em primeiro lugar como é que a definimos e qual é o peso que deverá ter na sociedade em que está inserida, de forma a haver termos de comparação que nos permitam aferir se estamos ou não no caminho certo.

 

No caso de Portugal o caminho certo passa, neste momento que vai certamente levar alguns anos a percorrer, por duas linhas directrizes essenciais: criação (e manutenção) de mais empregos e aumento da qualidade dos produtos oferecidos porque dela depende o valor acrescentado e deste depende o nível de vida da população e a capacidade de investir para obter as melhorias seguintes entre elas a segurança.


É claro que tudo isto implica haver competitividade, como é óbvio mas frequentemente esquecido, pois esta não é mais que a medida da capacidade de sobrevivência, o que significa que ao dizer-se criar empregos, eles terão que ser forçosamente em empresas competitivas e quando se fala em qualidade mais alta, temos que realizar que esta não é apenas um factor que pode aumentar a competitividade mas também o único caminho para a sobrevivência da humanidade.

 

Posto isto passemos ao primeiro capítulo destas jornadas:

 

1-Situação actual

 

1.1-Importância do turismo português

-6,5 % do PIB sem contar com muitas actividades não determinadas

-população afecta a esta actividade 100%, embora talvez mais de 50% não tendo consciência disso

-como o turismo é a actividade que traz o cliente ao produtor ele será a única forma de manter e até desenvolver inúmeras actividades económicas que pelas suas dimensão e características só assim poderão sobreviver e desenvolver-se.

 

1.2-Dificuldades existentes:

-1-Valor acrescentado alto em relação ao produto turístico mas baixo em valor médio como consequência da percentagem de pessoal qualificado ser de cerca de 35% enquanto nas outras actividades é cerca de 50%

-2-gasto médio a decrescer (-2,5%/ano nos últimos 15 anos) o que significa abaixamento da qualidade dos produtos turísticos oferecidos aos clientes

-3-insistência em produtos ultrapassados como, por exemplo, o exclusivo sol-praia

-4-carências de animação e de outras componentes valiosas dos produtos turísticos existentes

-5-profissionalismo deficiente

-6-efeitos perversos de alta sazonalidade

-7-baixa eficácia das administrações estatais seja central seja autárquica em especial no que refere a regulamentação e respectiva fiscalização, e por isso...

-8-existência de excessivos poderes discricionários aos vários níveis da hierarquia do estado e dos municípios e por isso...

-9-concorrência distorcida e muita actividade paralela

-10-muita dispersão de esforços

-11-desenvolvimento desintegrado e descontinuado

-12-clima de irresponsabilidade generalizada em grande parte originada pelo facto de o principal órgão de soberania de uma democracia parlamentar, isto é a Assembleia da Republica ser constituída por cidadãos que não tem que responder pelos seus actos perante os que os elegem, porque a Constituição vigente o não permite e isto acontece embora os dois principais partidos políticos tenham desde há bastantes anos a possibilidade de corrigir tão grande erro mas ainda não o quiseram fazer, dando inclusive origem a um regime político sui generis denominado bi-presidencialista,

-13-fraco protagonismo dos empresários e pouca eficácia das associações empresariais e sindicais, não dando à Sociedade Civil o peso na vida do País que seria desejável e conveniente

-14-liderança fraca

-15-descapitalização de muitas empresas do sector

-16-disparidades de enquadramento em relação a outros países, com ênfase particular para a Espanha

-17-pouco turismo interno

-18-degradação do ambiente: lixos, águas, esgotos, urbanismo, sinalização das ruas e estradas, trânsito automóvel, ruído, publicidade exterior, etc.

-19-aparecimento de novos concorrentes externos

 

2-Potencialidades

Condições naturais favoráveis e ainda desaproveitadas para combater a sazonalidade em particular no Algarve pelo desenvolvimento de actividades naúticas, em particular a construção de algumas dezenas de portos de recreio e/ou marinas, campos de golfe e unidades de animação convenientes, caça e pesca desportivas, reservas de aves para estudo e observação, etc., etc.

 

Capacidade para rápida melhoria da qualidade dos serviços graças às características de adaptação da nossa população se for convenientemente motivada e dirigida.

 

Grande riqueza de património histórico e arqueológico ainda muito subaproveitado e frequentemente bastante mal tratado.

 

Riquezas naturais mal aproveitadas como por exemplo a Ria Formosa e a Serra da Estrela

 

Gastronomia portuguesa ainda por aproveitar a pleno

 

Desenvolvimento de artesanato em especial em bens personalizados

 

Capacidade de angariar divisas ou equivalente se, como se prevê que aconteça brevemente, passar a circular entre nós uma moeda europeia

 

Aproveitamento do movimento de recuperação da Europa com mais eficiência do foi realizado aquando da adesão.

 

3-Futuro?

Se continuarmos como nos últimos anos, isto é, se extrapolarmos as tendências da evolução que se tem vindo a verificar teremos que nos contentar com o empobrecimento e o abaixamento do nosso nível de vida.

 

Como não é certamente esse o desejo da maioria dos portugueses, o que teremos a fazer é adoptar medidas correctivas como as que adiante se apresentam:

 

3.1-aumentar o protagonismo da Sociedade Civil em particular das empresas e das respectivas associações

 

3.2-Alterar a Constituição no sentido de a tornar mais operacional e corrigindo os erros apontados e outros mais, de forma a permitir e fomentar uma maior dinâmica de desenvolvimento com qualidade crescente.

 

3.3-Reformular a administração estatal, quer central quer autárquica, e em que a regionalização administrativa aparece como uma solução se, e só se, os defeitos e as carências daquelas administrações forem corrigidas, não esquecendo que em turismo já existe experiência de regionalização.

 

Nesta reformulação há que ter presente alguns princípios fundamentais como seja: o da essencialidade, isto é, o de distinguir o essencial do acessório, o da responsabilidade, isto é, ter que haver sempre responsáveis, o da simplicidade, o da objectividade, o da justiça na repartição, o da evitabilidade de preconceitos, o da impossibilidade de monopólios seja económico, político ou qualquer outro

 

3.4-campanha de mentalização (Educação 4 vertentes) generalizada que abranja toda a população para a importância do turismo na qualidade de vida de toda ela e como isso se deve processar

 

3.5-medidas concretos específicos

 

Comentário em Maio de 2012: note-se o que foi detetado em 1996 e o que aconteceu até agora.

 

 

 

 

 

 

 

 

Maio 1996



publicado por JoseViana às 11:56
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Os submarinos e a marinha de recreio

Desde que foi conhecida a decisão governamental de se adquirirem os submarinos, já lá vão uns largos pares de anos, que se verificou terem aparecido variadas críticas a tão caro investimento e que, na opinião desses críticos, tinha muito pouco interesse para o País.


Poderá perguntar-se por que razão haver tanta gente em Portugal contra o equipamento da nossa Armada com estes submarinos, que na opinião dos conhecedores da estratégia naval são fundamentais para a segurança da nossa vasta área marítima.


 E a explicação é relativamente simples: porque a maioria da nossa população, incluindo a elite dominante, estava e continua a estar de costas para o Mar e para as atividades a ele ligadas, o que explica quase não termos Marinha de Comércio, a Marinha de Pesca tem vindo a ser reduzida ( na década de 80 pescávamos 90 000t/ano de sardinha, em 2010 apenas 27000t) , a Marinha de recreio é a mais fraca da Europa que tem mar.


Embora nestes últimos anos tenha havido inúmeras afirmações públicas da importância do Mar para Portugal, desde decisões do Conselho de Ministros até afirmações do próprio Presidente da República que revelou ter alterado as suas convicções a este respeito que tinha quando foi Primeiro Ministro.


Por isso já tive oportunidade de afirmar que D. João II em 20 anos, sem escrever coisa alguma conhecida, abriu todo o mundo à penetração portuguesa, enquanto atualmente nos últimos 20 anos escrevemos e dissemos centenas de páginas mas nada fizemos de concreto, senão andar para trás!


Pois de facto nada aconteceu de concreto além de muitas reuniões, congressos, discursos, estudos excelentes como o do Prof, Ernani Lopes, muitas conferências realizadas desde 1984 na Academia de Marinha e na Sociedade de Geografia e noutras entidades mas nada mais.


Por exemplo no início da década de 80 foi apresentada à AGPL uma proposta para se construir em Algés uma marina para cerca de 2000 postos de amarração e em que se reservava uma área para a expansão do Aquário Vasco da Gama até ao rio mas a sua Administração achou preferível realizar um concurso, porque “seria possível aparecer melhor solução” que tão bem feito foi que ficou deserto e a sugestão de implantar no estuário do Tejo cerca de 20000 postos de amarração, sendo a sua maioria de baixo custo, teve igual sorte.


Aliás também recordo ter havido em 1998 numa conferência organizada pela Academia de Marinha e a Câmara Municipal do Barreiro a apresentação de um plano que previa a instalação ali de cerca de 4000 postos de amarração que permitiria a transformação deste município num grande centro náutico, criando alguns milhares de postos de trabalho. Ainda houve algumas reuniões com o seu Presidente e mais tarde algumas tentativas junto da AGPL e do IPTM tiveram a mesma sorte: nada aconteceu!


Aliás no Algarve onde há condições excelentes para a marinha de recreio nomeadamente no Sotavento Algarvio que tem apenas pouco mais de 800 postos de amarração e que tem potencial para 10 000 que lhe permitiria reduzir drasticamente o seu período de baixa atividade turística já há projetos para concretizar estes objetivos mas os investidores esbarram perante a imobilidade dos responsáveis governamentais e autárquicos e nada acontece!

Até dá a ideia que eles acham que Portugal não precisa de investimentos privados sustentados e rápidos em obter resultados.


Isto tudo para insistir na importância da marinha de recreio na formação da população, a começar na juventude e a continuar em todas as idades, o que para além do valor económico imediato permitirá um dia termos outra vez Marinhas de Pesca e de Comércio e assim toda a gente entender o que é ter interesses marítimos reais e não mais haver dúvidas quanto à utilidade dos submarinos.



Publicado na revista de Marinha Maio-Junho 2012

 



publicado por JoseViana às 10:55
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2012
Sinistralidade elevada, porquê?

O artigo publicado no DN em 18 de Abril pp intitulado “Sinistralidade empobreceu o País” levou-me a apresentar este texto pois se constata que mais uma vez aparece este lamento, agora com números ainda mais crus que a sua ausência, mas continua a não ser este flagelo devidamente analisado e portanto a não se tomarem as medidas mais eficientes para a sua correção.


De facto há estradas e ruas mal desenhadas e/ou mal mantidas, sinalização deficiente ou inexistente, e por ventura mais alguns defeitos deste tipo, mas a maioria dos acidentes deve-se a erros humanos dos quais o mais corrente é a indisciplina dos condutores.


E por que razão há tantos condutores indisciplinados? E, já agora, só os condutores são  assim?


Vendo bem a principal causa da nossa crise atual foi a indisciplina generalizada dos políticos e de grande parte da população na condução da sua vida económica e financeira.


Então o que é isso da indisciplina?


É o inverso da disciplina e esta é o conjunto de regras que devem orientar o comportamento dos cidadãos. Há disciplina militar como há disciplina religiosa e nestes dois casos toda a gente tem consciência do que ela representa e porque ela existe.


Na vida em geral poderemos dizer que a disciplina, obviamente democrática pois em regimes ditatoriais é que tudo o que não é proibido é obrigatório, é a forma inteligente das pessoas conviverem harmoniosamente. Portanto nunca praticando atos que incomodem ou prejudiquem as outras.


Para isso há três condições básicas:

 

1ª que todos sejam educados, isto é, ensinados e treinados a cumprir estas normas


2ª que elas sejam cumpridas por todos os escalões da sociedade, até porque um dos fatores essenciais da educação é o exemplo dado por aqueles que ocupam os lugares mais proeminentes


3ª que haja enquadramentos propícios e sistemas de controle eficazes de forma a reforçar o esforço educativo e em último caso em punir os prevaricadores quaisquer que eles sejam.


Posto isto, a disciplina pode definir-se como a relação entre as normas que são cumpridas e as que existem no enquadramento legal.


Se forem todas cumpridas a disciplina será 1, se não forem este valor descerá até zero quando nada for respeitado.


Assim quando se faz uma lei, como por exemplo no que respeita o ruído ou a higiene e a segurança relativa ao comportamento de cães na via pública, mas nada se faz para que seja cumprida está imediatamente a criar-se um foco de indisciplina.


Também quando os municípios não criam estacionamentos suficientes e depois consentem o estacionamento em cima dos passeios onde de vez são multados, ou quando organismos oficiais estacionam as suas viaturas em locais proibidos, mais focos de indisciplina estão a ser criados.


Verifica-se assim que os cidadãos, desde a mais tenra idade são bombardeados com atos indisciplinadores nos bairros, nas escolas, na vida política, em todo o lado, e portanto dificilmente poderão comportar-se disciplinadamente.

 

E a indisciplina, como é o inverso da disciplina, cresce exponencialmente e quando esta desce para perto do zero, aquela atinge valores elevadíssimos e daí tantos acidentes.


Conclusão: se querem de facto diminuir a sinistralidade a sério, não é de vez em quando porem milhares de polícias nas estradas, mas antes resolverem capazmente a circulação e o estacionamento nas cidades e nas estradas, e convencerem-se todos os que têm responsabilidades a só fazerem leis que possam fazer cumprir e cumprirem todas as leis que já existem.


Lisboa,18 de Abril de 2012


Publicado no DN em 4 de Maio de 2012



publicado por JoseViana às 13:26
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