O referendo que ocorreu no Reino Unido, mais provavelmente ex-Reino Unido, veio trazer ao de cima o que já se ia apercebendo estar a acontecer no interior dos partidos políticos que nestas últimas décadas detinham o poder na maioria dos países europeus.
Com efeito os dois principais partidos do Reino Unido mostraram claramente não só estarem no seu interior desligados entre as chefias e as estruturas como talvez ainda pior desligados do seu eleitorado e isto se na verdade ainda o têm. O que significa na prática uma autêntica falência política em toda a linha.
No entanto isto não é maleita apenas inglesa.
A própria União Europeia está nesta mesma linha de atuação: afastamento crescente entre eleitores e eleitos e desenvolvimento de centros de decisão não eleitos, portanto democraticamente a eliminar.
Por outro lado em vários países europeus, não todos mas quase, tem sido claro não só esse afastamento da população em relação aos detentores do poder mas também estes serem mais ativos a beneficiar os seus partidários do que a defender os interesses essenciais dos seus países como seja a sua independência e o seu futuro.
Portanto só vejo duas hipóteses de solução: esses partidos reestruturarem-se para poderem depois reestruturarem o país ou surgirem novos partidos que não cometam os mesmos erros e sejam capazes de governar de forma a aumentar a riqueza do país e da sua população para o que é indispensável saberem dinamizar os trabalhadores e o capital produtivo ( que é forçoso distinguir do especulativo que tem de ser controlado ou eliminado) pois sem esse conjunto de trabalho e capital bem sintonizado, e um Estado bem governado, não sairemos desta apagada e vil tristeza de crise.
Lisboa, 28 de Junho de 2016