Esta frase dita pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa é uma vez mais muito oportuna. .
E digo uma vez mais porque nos finais da década de 80 quando o País já estava mais estabilizado após as perturbações pós-revolucionárias, como já tinha acontecido em 1910, e estavam criadas condições para reestruturar a vida económica e social também se tinha clamado ser essencial o crescimento económico.
Aliás em Fevereiro passado tratei aqui este tema mas como parece ter sido pouco lido resolvi insistir.
Mas não foi assim que aconteceu, e antes de continuar quero recordar uma verdade que ficou esquecida desde os tempos revolucionários em que um dirigente afirmava que o objetivo da revolução era acabar com os ricos quando em comparação com a Suécia em que o objetivo era acabar com os pobres.
“Para que possa haver desenvolvimento, por exemplo expresso em aumento do PIB, é essencial o esforço conjunto dos fatores trabalho e capital bem como a eficiência do aparelho governativo e da banca”
Ora desde a última década de 80 não só pouco ou nada foi feito para reforçar os capitais produtivos privados pois embora fosse importante que o Estado investisse no que era próprio ao seu estatuto num país de livre iniciativa, que nada tem a ver comparado com o que acontece em sistemas de economia estatizada, como houve atropelos graves à iniciativa privada, como foi o exemplo do CCB, ou a destruição de empresas que tinham sido estatizadas durante a revolução e que o poder político não foi capaz de recuperar para a iniciativa privada.
Assim se destruiu a maior parte da existente e não se permitiu a recuperação da nossa Marinha de Comércio, da nossa indústria metalomecânica e se estagnou a evolução dos capitais privados em geral. E como não se conseguiu estabelecer um sistema de incentivo à criação de capital e se permitiu o poder excessivo de alguns sindicatos passámos a ter uma carência de democraticidade que conduziu ao facto de embora tivéssemos recebido entre empréstimos ao Estado, a empresas privadas e estatais, a cidadãos e fundos europeus num total de várias centenas de milhares de milhões de euros o nosso PIB pouco se alterou mas houve muito dinheiro espalhado pelo País sem qualquer efeito produtivo.
Mais recentemente assistimos à alienação da nossa independência económica pois em vez de desenvolvermos os capitais nacionais optámos pela solução simplista de entregar empresas vitais do ponto de vista da independência a capitais estrangeiros tornando-nos assim numa colónia de colonos diversos, além de continuarmos a aumentar a nossa dívida externa.
Portanto agora é preciso crescer, como disse o nosso Presidente e concordo cem por cento com ele, mas então quanto tempo é preciso para que o Governo apresente um plano concreto para se corrigirem os enquadramentos que favoreçam o desenvolvimento dos nossos capitais e que evitem a sua migração para outros países europeus que lhes dão melhores condições que nós, e que os projetos que ficaram retidos da gavetas de alguns Secretários de Estado sejam resolvidos permitindo a criação de muitos milhares de postos de trabalho em pouco tempo?
Lisboa, 11 de Setembro de 2016
José Carlos Gonçalves Viana