Em 16 de Novembro passado apresentei no Colóquio dos Olivais uma comunicação com este título que será publicada oportunamente pela entidade organizadora, mas dada a situação que vivemos julgo ter interesse em apresentar já este excerto desse trabalho em que são indicadas algumas iniciativas a serem realizadas quase totalmente por entidades privadas e que permitirão a criação de alguns milhares de postos de trabalho, com a vantagem adicional de várias destas atividades terem características exportadoras, obviamente via o turismo de qualidade em que se inserem.
Será muito oportuno que os Ministros da Economia e do Ambiente tomem esta iniciativa
………”A lista das atividades marítimas passíveis de constituírem meios de aumentar a riqueza nacional é muito longa e neste momento interessa sobretudo aproveitar as de mais rápido retorno enquanto se preparam as bases para, a seguir, aproveitar as outras, se entretanto nos prepararmos, o que só será possível se a nossa população estiver integrada nas atividades marítimas e não, como está agora de costas para o mar, porque, mesmo que queira, não tem acesso ao seu usufruto.
Se houver da parte do Governo Central e dos Autarcas dos municípios com esses potenciais o entendimento desta realidade e das decisões que é indispensável tomar rapidamente.
3º Concretizando:
Vou apresentar-vos, como exemplos concretos, uma lista de empreendimentos possíveis de realizar, com fortes ligações ao turismo de máximo valor acrescentado, quase todos para investidores privados e os que não o são no início por razões operacionais, deverão posteriormente ser privatizados ou em certos casos especiais ficarem parcialmente municipalizados.
Tendo em atenção , que do ponto de vista ambiental, todos os exemplos indicados se pressupõe terem qualidade ambiental do mais elevado nível, o que aliás também é essencial para o seu sucesso económico pois, como têm ligação ao turismo só interessam empreendimentos de 5 ou 6 estrelas.
Bem basta o que se passa com a Ria Formosa que continua a ser gerida deficientemente, portanto com baixo nível de qualidade ambiental e consequente baixo nível económico e social.
1-Fecho da Golada na zona do Bugio, com aproveitamento de cerca de 120 ha sobre o cachopo sul, aproveitando para proteger definitivamente a Caparica e a margem direita do Tejo até Paço de Arcos e para melhorar o acesso do canal da barra
2-A construção de uma ilha no cachopo norte, na barra do Tejo, para um empreendimento de 5 ou 6 estrelas, aproveitado para melhorar o canal da barra e proteger a praia de Carcavelos
3-Desenvolvimento do Barreiro como o maior centro náutico do país
4-Dinamização do estuário do Tejo, em particular o Mar da Palha, para a pesca profissional e desportiva, e para a náutica ligada ao turismo e à educação
5-Marina de Castro Marim com cerca de 2000 postos de amarração, em que parte será para utilização dos munícipes e outra para “resort” de nível 5-6 estrelas
6-Marina em Vila Real de Santo António, na foz do Guadiana, com cerca de 2000 postos de amarração sem imobiliário pois o objetivo é complementar o imobiliário existente em Monte Gordo, que sofre o efeito da elevada taxa de sazonalidade por falta de um equipamento deste tipo e desta dimensão
7- Portos de recreio em Tavira, situados em Cabanas, Santa Luzia, 4 Águas e centro num total superior a 2000 postos de amarração
7-Porto de recreio “off shore” em frente de Vale do Lobo e da Quinta do Lago que sendo empreendimentos de elevado nível têm no entanto a falta deste equipamento para atingirem o grau mais alto da excelência, além do efeito protetor da costa que causa danos e preocupações todos os invernos.
8-Ainda se poderão considerar mais oportunidades, mas não tenho os mesmos pormenores, como seja em Olhão, onde já foi iniciado pelo município este desenvolvimento, bem como o rio Arade, o estuário do Sado, a ria de Aveiro etc.
Estes empreendimentos permitirão a criação de alguns milhares de postos de trabalho diretos e permanentes, quer nas atividades próprias quer nas atividades induzidas, além dos implicados na construção cujo setor atravessa uma situação muito díficil neste momento.
Além dos efeitos na economia e na participação da população nas atividades marítimas, também há a considerar o efeito psicológico porque se trata de uma abertura de novas oportunidades e não de fechos ou cortes, pois embora sendo estes necessários é essencial haver a contrapartida de factos futuros positivos.
Lisboa, 16 de Novembro de 2011